TEMA: A EDUCAÇÃO INCLUSIVA:
Um meio de construir escolas para
todos no século XXI.
Por: NEIVA LUZ ANDRIGHETTI
Resumo da obra e crítica da resenhista:
A autora neste artigo fala sobre a diversidade no campo da educação inclusiva como um meio de expandir a educação de qualidade a todos e não somente à educação especial. Para reforçar essa idéia de inclusão ela cita Ballard(1997),que diz: “todos os alunos têm o mesmo direito a ter acesso a um currículo culturalmente valioso e em tempo completo, como membros de uma classe escolar e de acordo com sua idade.”
Ela expõe como surgiu a inclusão e os movimentos que ocorreram para que ela acontecesse de uma forma mais abrangente e significativa.
Sanches cita como primeiro passo importante para a inclusão o movimento ocorrido nos EUA chamado “Regular Education Iniciative” cuja proposta era que “todos os alunos, sem exceção, devem estar escolarizados na classe de ensino regular, e receber uma educação eficaz nessas classes.”
A partir desse movimento, outros vão surgindo em outros lugares e assumindo mais tarde um caráter internacional, amparados inclusive por órgãos como a UNESCO e o UNICEF.
A autora cita também as outras reuniões importantes que aconteceram como a Convenção dos Direitos da Criança realizada em Nova York em 1989; a Conferência Mundial de Educação para Todos em Jomtiem na Tailândia(1990); a Conferência Mundial sobre “Necessidades Educativas Especiais” em Salamanca(Espanha) em 1994 e o Fórum Consultivo Internacional para a Educação para Todos, de Dakar, no Senegal em 2000. Sánchez destaca a Conferência de Salamanca como um movimento decisivo para a Educação Inclusiva em todo o mundo.
De acordo com o que foi estabelecido nestas conferências, as escolas deveriam acolher todas as crianças indistintamente de suas condições sociais, culturais , raça ou mesmo as condições intelectuais etc, sendo que para isso, teriam pela frente o desafio de realizar um trabalho que atendesse a todos independente de suas limitações. Estes aliás são itens proclamados pela Declaração que vão desde o reconhecimento dos direitos à educação, os direitos dos PNEE freqüentar escola regular, o respeito às diferenças, a responsabilidade da escola na oferta de condições adequadas ao ensino de qualidade e a escola ser o meio onde todas as discriminações devem ser combatidas em função do bem estar e integração de toda a comunidade escolar.
A Declaração estabelece também, como nos coloca a autora dez recomendações importantes para todos os países desenvolverem para a eficácia da educação inclusiva. Pode-se dizer que essas recomendações funcionam como objetivos que os países assumiram em função da educação inclusiva e qualificada. Resumindo as ações dessas recomendações para o desempenho da educação , a aplicabilidade, o respeito ao diferente entre outros, citamos: “ requerer, aplicar, reconhecer, realizar,proteger, assumir, dedicar, aceitar, concluir e reiterar.” Todas estas ações estão bem exemplificadas neste artigo e abrangem itens importantes a serem observados com referência não somente aos PNEE mas a todo e qualquer tipo de discriminação, quer social, cultural, racial ou econômica.
A autora reforça ainda que dentro dessa mesma linha de defesa por uma educação inclusiva, o “Informe à UNESCO” realizado pela Comissão Internacional, sobre a Educação para o século XXI, presidido por Delors(1996) segue na mesma linha dos movimentos anteriores e reforça a importância de pautar a educação conforme os quatro pilares básicos que são: “Aprender a conhecer, Aprender a fazer, Aprender a viver juntos e Aprender a ser.”
De acordo com a linha de pensamento que a autora desenvolve, a educação inclusiva com qualidade e eficácia para todos indistintamente está sustentada na premissa de que a escola deve ter a competência para atender a todos os alunos independente de serem portadores de deficiência ou não. Para reforçar esse entendimento a autora faz a seguinte citação: “Dito de outra forma: que todos sejam cidadãos de direito nas escolas regulares, bem-vindos e aceitos; formem parte da vida daquela comunidade escolar; e sejam vistos como um desafio a ser avançado (Booth & Ainscow/ 1998; Jan Pije, Meijer e Hegarty, 1997; Udistsky, 1993).”
Partindo da educação inclusiva como um desafio, há um longo caminho a se percorre em função do sistema de ensino e da formação dos professores e de todos os profissionais envolvidos na educação na busca de novas alternativas que contribuam para que se mude a idéia de educação como integração para uma educação de inclusão e para comprovar essa importância a autora estabelece um paralelo entre as ações da integração com as ações da inclusão o que nos mostra o profundo significado da ação inclusiva.
VI - Recomendações:
Recomenda-se a leitura do texto “A Educação Inclusiva: um meio de construir escolas para todos no século XXI” a todos os profissionais da educação, desde a educação infantil até o nível superior para que compreendam a importância da mudança de paradigmas no sistema educacional e para que os professores enquanto educadores e profissionais adotem uma nova postura frente às diversidades existentes no contexto educacional e procurem estar sempre atualizados e com competência para promoverem ações diferenciadas e qualificadas para uma “transformação da visão de integração para uma visão de inclusão”
Todos devem estar comprometidos para que a inclusão aconteça com eficiência e para que isso ocorra é importante que haja uma reflexão profunda sobre o atual sistema educacional e sobre a forma de pensar dos educadores.
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